Eu poderia estar aqui escrevendo toda a revolta que a arbitragem causou no resultado final da partida, mas prefiro escrever o meu sentimento de estar presente na arquibancada e não ter nenhuma influência externa, que não fosse ver o que o campo me dizia.
De manhã, eu escrevi na prévia que estava confiante na vitória no Choque-rei, e não preciso nem dizer qual era meu pensamento quando o São Paulo foi para o intervalo vencendo (e bem) por 2 a 0. Era uma euforia do tamanho do Morumbi. Era como se minha convicção estivesse apenas sendo confirmada. O clima era muito bom. Muito sol, algumas cervejas no caminho até o estádio e uma sensação muito boa de um clássico de domingo às 16h, como antigamente. Ver Luciano fazer o primeiro e depois Tapia ampliar, fez a energia do estádio pulsar de alegria.
Eu cantava, vibrava, pulava a cada bola roubada, ataque realizado e o ambiente era exatamente esse.
Mas bastou o segundo tempo começar e não sei dizer o que realmente aconteceu. Toda a atmosfera dos quase 34 mil torcedores presentes parece ter ido embora. Sabe aquela energia que falei da primeira etapa? Ela foi sumiu em questão de minutos. E o mais louco é pensar que o placar poderia ter sido ampliado para três, não fosse Luciano um medroso ao não finalizar de dentro da área. O camisa 10 preferiu tocar pro lado e na jogada, um possível pênalti não foi marcado. Tal lance gerou revolta absurda. Posso dizer que fiquei muito irritado com a não finalização, pois o lance de penalidade não consegui ter convicção alguma. Mas bastou eu acessar as redes sociais na volta pra casa, que deu para ver o tamanho da interferência do árbitro.
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Dois tempos distintos, e de energias diferentes, e placares também (foto: arquivo pessoal) |
Pois bem, desse lance em diante, parece que a negatividade se instalou no morumbi, e bastou o time verde diminuir o placar e a energia realmente mudou. O que antes era gritos e incentivos, passou a preocupação, e nem deu 5 minutos e o empate chegou, num lance bizarro de erro de passe tricolor.
Toda euforia da primeira etapa deu lugar a incredulidade.
Eu juro, não consigo entender o que fez o time sumir no 2T. Na volta pra casa minha esposa perguntou o que eu achava que teria causado, e eu "chutei" que a saída de Marcos Antônio foi um fator, mas nem mesmo isso que eu disse eu conseguia acreditar. Sem informações sobre o tal pênalti, eu sequer cogitei que isso poderia ter influenciado, mas depois posso afirmar que isso sim pode também ter contribuído para o placar que estaria por vir.
O silêncio tomou conta absurdamente do estádio. Era um silêncio "ensurdecedor". Chegou a incomodar. E não era para menos, pois o time foi para o intervalo vencendo por 2 a 0, tem ideia disso???
Eu já tinha me dado por "satisfeito" quando no minuto 44' do 2T o pior aconteceu, virada palmeirense. Inacreditável. Foi exatamente nessa hora que novamente fiz a reflexão da metáfora da vida e o futebol. Mais uma vez percebi que as coisas mudam de uma maneira tão intensa, que eu sinceramente não tenho como raciocinar. Saímos de casa hoje numa alegria, euforia por estar mais uma vez presente num jogo, e de repente, voltamos para casa praticamente em silêncio.
Essa volta pra casa foi complicada. Fui o caminho inteiro tentando digerir e entender o que teria acontecido. Como eu disse, o lance da arbitragem não estava no pacote, mas uma coisa me chamou atenção. Sentia uma dor no corpo, como se tivesse levado uma surra. Pensei: "Seria novamente a carga energética negativa que causou isso?" Não sei, mas posso afirmar que ela tem relação direta com o resultado e o ambiente que se fez no estádio nessa tarde que tinha tudo para ser de alegria.
Perder esse jogo não seria nenhum resultado anormal, mas a forma como ele se deu sim! Temos um problema, e ele não passa pelos erros de arbitragem. Agora como ele será solucionado, tenho minhas dúvidas. As próximas duas rodadas são fora de casa, e posso garantir que não estou nenhum pouco confiante no que vem pela frente.
FORA CASARES, BELMONTE e a corja de dirigentes anti São Paulo
Destaque positivo
ARBOLEDA. Por incrível que pareça, se não fosse ele teria sido pior.
Destaque negativo
VIRADA. Não pode um time estar vencendo 2 a 0 levar a virada em 20 minutos. Não pode"; RODRIGUINHO. Entrou, não produziu e ainda deu o contra ataque perfeito para o adversário empatar.
Rafa Malagodi