31 de dezembro de 2023

Retrospectiva tricolor 2023



Inicio de temporada
(foto: arquivo pessoal)
Nunca acompanhei o São Paulo Futebol Clube tão de perto como aconteceu nesse ano de 2023. Todas as competições que o clube disputou eu presenciei ativamente. Vi partidas memoráveis como a final da Copa do Brasil. Passei sufoco como na semi final da mesma competição. Tiveram partidas "xoxas" ao longo da temporada, e decepcionantes como a eliminação do paulistinha jogando em casa "fora de casa". Fui no primeiro do ano, e também no último. Enfim, foi um ano diferente e cheio de emoções. Posso dizer com detalhes como esse time me deixou nervoso por contra da sua limitação, e também feliz e emocionado com suas conquistas. Lembro ainda com lágrimas nos olhos do apito final daquele inesquecível dia 24/set. Esse e muitos outros detalhes vou tentar passar por essa retrospectiva da temporada, e tentar ser o mais fiel possível a minha lembrança e a maneira como eu enxerguei a cada partida. 

Começando lá no primeiro mês do ano, posso dizer que eu já era desconfiado com essa equipe. Apesar do ano anterior os resultados não terem aparecidos por detalhes, as peças de reposição que eram anunciadas já no inicio da temporada me deixava de certa forma incomodado. Lembro de ligar num programa esportivo de rádio que existe na capital há mais de 20 anos e dizer com todo pessimismo que eu não almejava nada com os nomes que tínhamos em campo. Seria necessário um melhora significativa para alcançar alguma coisa. Os nomes dos contratados não tinham relevância, e muito menos estofo para jogar no São Paulo. Contudo, na mesma ligação deixei bem claro que independente de eu achar isso dos jogadores, eu os apoiaria, pois o SPFC vem em primeiro lugar. E assim eu fiz.

1º jogo com cara de 2022
(foto: Miguel Schincariol)
Logo na estreia do paulistinha eu estava lá diante do Ituano. Éramos mais de 45 mil pessoas para ver aquele empate sofrido por 0 a 0 e uma sensação que o ano de 2022 não havia acabado. Mas resultado a parte, aquela quantidade de torcedores no primeiro jogo do ano me deixou uma mensagem, e eu escrevi sobre isso (estreia do ano) , que o torcedor passava ali uma mensagem ao clube, de que ele estaria junto, e cabia ao jogadores fazerem sua parte também. Não importava o adversário, campeonato ou momento, a torcida estaria lá. E foi exatamente assim que aconteceu. 


Inicio promissor, apesar das desconfianças
Como todo ano, encaro o estadual como um torneio preparatório. Não tenho pressão alguma por ele, porém quero sempre que o time se empenhe para não passar vergonha, porém o mais importante é deixar ao menos um caminho para ser percorrido para a sequência do ano. Vencer ele tem uma relevância baixa se não souber usar os méritos que ele o trouxe, e sendo assim, eu seguia indo aos jogos, acompanhando de perto e tentado ver o que tinha de bom ou ruim naquela equipe. E na medida que as rodadas iam passando, mesmo com as oscilações, o time ia ganhando corpo e passavam a se entrosar. Nomes como Gallopo, Ferraresi e W. Rato eram elogiados com frequência. Estavam aproveitando o momento. E tratava-se de jogadores que eu fui crítico as suas contratações ainda em 2022. Mas os gringos não tiveram continuidade na temporada por conta de lesões graves.
No estadual a equipe chegou a ser a melhor campanha da fase de grupos, o que fez "ativar" o modo ilusão do torcedor, porém bastou entrar na fase de mata a mata e a primeira pancada da temporada tinha entrado com jeito. A eliminação nos pênaltis para o pequeno (e finalista) Água Santa em pleno estádio Allianz Parque me deixou convicto que esse time não podia encarar grandes decisões ainda (Eliminação precoce) Começava ali um burburinho grande de que Rogério não tinha mais condições de treinar o time. Em meio a esse tumulto o tricolor iniciou as três competições que seriam disputadas até o fim da temporada.

Vexame e mudanças a vista
(Foto: Fernando Roberto/LANCE!)
Como toda eliminação, nomes são apontados como culpados e o maior deles estava nas costas do treinador Rogério Ceni. Tanto que pouco mais de 1 mês após a eliminação o ex jogador não comandava mais a equipe. E ela se deu mesmo após uma vitória, em casa, num Morumbi para quase 17 mil torcedores. Eu estava presente nesse também... O que acho mais incrível nisso tudo, é que por estar presente nos jogos, muitas vezes é possível enxergar e "ler" os pedidos dos técnicos a beira do campo, e quando se olha para o campo, nem sempre o jogador está fazendo aquilo que ele está sendo instruído. Mas como no futebol, a corda vai SEMPRE estourar para os lado do treinador, fica fácil para o jogador agir da maneira como ele quer. Lamentavelmente. 

Rogério não aguentou a pressão
(foto: Ettore Chiereguini/AGIF)
Eu tentava ser o mais cativo possível nos jogos no Morumbi, e se na sulamericana e brasileiro isso era tranquilo, a copa do Brasil começou a me apertar para ir com suas fases iniciais. Os jogos em horários "alternativos" me privava de certa forma de comparecer, mas da TV (ou celular voltando do serviço) dava para ver que esse inicio estava estranho. O time passava por momentos estranhos nas competições. Oscilava bastante e me deixava sempre com uma pulga atrás da orelha. Como eu não escondia de ninguém, minha preocupação era o brasileiro, pois acreditava que o time não seria capaz de fazer um campeonato digno, e as copas eu queria que ficassem em segundo plano. 
Rafael salva a temporada
(foto: reprodução internet)
Mas na sulamericana nada a reclamar. Times alternativos sendo usados e o tricolor avançando de vento em popa, agora na Copa do Brasil o sofrimento foi logo nas 8ªs em seu segundo jogo. Depois de estar com o placar agregado em 3 a 0, o time conseguiu a façanha de deixar o Sport empatar e levar a decisão para os pênaltis. Era a primeira vez na história que os pernambucanos venciam o tricolor na capital paulista, e essa possível eliminação tinha nome, Dorival Júnior. o Treinador que estava no comando há pouco mais de 2 meses, mas que eu já o conhecia muito bem para saber que ele é capaz de fazer coisas terríveis no time, como o fez nos dois jogos. Escalações e mexidas absurdas quase colocaram a perder o campeonato que ainda teria um linda história a ser contada. Mas se o treinador quase colocou a perder, o nome da classificação veio da talvez, melhor contratação do ano, o goleiro Rafael (São Rafael). Foi de suas mãos que a classificação dessa e de outras fases viriam. 

Esse jogo citado acima eu não consegui comparecer devido ao horário, porém em meio aos jogos eu estava sempre presente, e com minha filha me acompanhando em vários deles. Pé quente, ela nunca viu o São Paulo sequer perder pontos nos jogos, e sempre me pedia para ir junto aos jogos. Acredito que fiz uma são paulina a mais para os quase 20 milhões espalhados pelo mundo. Feliz é ela que vê o jogo na sua inocência e não sofre como o pai. 


A temporada chegava na metade e o São Paulo seguia oscilando jogos. Mesmo vencendo, muitas vezes não convencia. Em contrapartida perdeu jogos sem merecer também. O maior aliado do time no ano sem dúvida alguma era o torcedor e o Morumbi. Jogos fora de casa, principalmente pelo brasileiro, vitória não estava no vocabulário do time. Eu atribui muito disso ao fraco elenco que existia. Peças de reposição eram ruins. Talvez por isso a diferença da torcida ao seu lado.
Não conseguiu no grito e acabou
no banco e lesionado.
E por falar em elenco uma curiosidade. Próximo a queda do treinador Rogério, muito se comentou que ele havia perdido o grupo, quando deu indiretas sobre jogadores que estavam lesionados (Luan e Gabi Neves) mas que pouco estavam se empenhando para recuperar, e também pela "briga" que se tornou pública com o jogador Marcos Paulo, mas como tempo é o senhor das razões, os "pivôs" da queda, como o novo treinador não tiveram espaços também. Por que será então? Somente o uruguaio Gabriel Neves teve alguma sequência, até todos observarem que é limitado, e até o momento dessa publicação, os três nomes não era tidos como certos para a temporada 2024. Pois é....

Eliminação com autoridade
(foto: Miguel Schincariol/Getty Images)


Vieram os sorteios da copa do Brasil, e talvez as mudanças de posturas e de comportamento da equipe no ano. De cara um choque rei! Num jogo duro, o São Paulo venceu com um gol que contou com um desvio e fez a bola entrar no ângulo (Choque Rei). Essa partida foi mais um daquelas que começaram num horário ruim, mas minhas férias permitiram que eu estivesse ali, vibrando com o gol de Rafinha no finzinho fez o sabor ficar agridoce, pois havíamos vencido, o que era necessário, mas que a volta seria uma pedreira sem tamanho. No ano anterior, os times se enfrentaram e no mesmo estádio o tricolor conseguiu eliminar o time verde nos pênatis. E dessa vez parecia que o troco seria tomado, mas o destino...ah o destino. Com direito a virada e gols dos questionados Caio Paulista e David, o tricolor eliminou ela segunda vez consecutiva. Era a vaga na semi final garantida (bi eliminados). 
Era certamente o momento de maior alegria do torcedor tricolor no ano. Até o momento.

O destino colocou o outro rival de frente pelas semi finais. Agora era a vez de encararmos o SCCP, e com o segundo jogo sendo decidido em casa. Num jogo truncado, mas com boa apresentação do time, o tricolor empata num lance fortuito, onde a bola chutada por Luciano vai na trave, e quando estava saindo para o meio da área, bate nas costas do goleiro Cássio e morre no fundo das redes. Enlouquecido, o camisa 10 tricolor corre para a comemoração que mudaria os rumos do time na temporada. O jogador correu em direção a bandeira do escanteio e deu uma voadora. Uma enorme confusão se formou e cartão amarelo para o jogador tricolor. Seria o terceiro, e ele estava fora do jogo da volta. Minutos depois o segundo gol dos donos da casa e o banho de água fria (Como reverter?!)
A comemoração que mudou
 a história do clube

(foto: Miguel Schincariol/Getty Images) 
A partida da volta só aconteceria 22 dias depois, e por mais que Luciano não fosse nenhum craque, com toda sua maneira de ser e de jogar, ele é decisivo, e desde que chegou ao clube acumula gols em mata matas, e diante dos jogadores que temos no elenco, seria uma baita perda para o segundo jogo. A diretoria se viu pressionada, e em menos de uma semana contratou nomes de peso para a decisão. James Rodriguez e Lucas Moura. O primeiro era uma incógnita, pois estava escondido atrás de algumas boas aparições em muitos anos. O segundo saiu como uma promessa, e 11 anos depois voltava e estava em plena forma. Era tudo o que o torcedor queria e que o time precisava. A confiança parecia ter voltado e mesmo com alguns jogos ainda para acontecer, não se falava em outra coisa a não ser na volta do clássico majestoso.

Na sulamericana as coisas estavam caminhando também, e o tricolor chegava nas 4ªs de final ,depois de reverter um placar adverso pelas oitavas. Depois de perder o primeiro jogo para o San Lorenzo, vitória por dois gols no Morumbi e mais uma competição ficando palpável. Ruim estava apenas para mim, que depois de ir em todos os jogos da fase de grupos, não podia desfrutar do filé dos mata matas. Mas independente de eu estar presente ou não, o avanço era comemorado, e eu fui ficando numa situação confusa, pois os torneio em que eu queria deixar de lado estava dando mais frutos do que aquele que eu achava que deveria ter mais responsabilidades. E o momento da temporada passou a ficar mais delicado quando o tricolor se viu nas decisões das competições em meio ao inicio do segundo turno do BR-23, um campeonato que sendo empurrado com a barriga. Mas em meio a outras decisões e o término do 1º turno, chegou o tão esperado dia do segundo majestoso.
Retorno, gol e classificação
(foto: Nilton Fukuda/saopaulofc.net)
Novamente um horário ruim, mas contei com meu banco de horas do trabalho para estar presente na decisão. Era um misto de sentimento aquele segundo jogo. Havia uma mobilização envolvida por parte de todo torcedor e posso garantir que quando o apito final soou, e o tricolor venceu aquela partida, cada esforço sentido fez valer a pena. Da saga para comprar ingresso até a entrada em meio a falta de segurança diante da enorme confusão. Tudo fez sentido com o resultado de 2 a 0 e com direito a gol de Lucas (Final, aí vamos nós)
Tal qual Raí em 1998 no paulista, a história se repetiu contra o mesmo adversário. Um ídolo voltava em meio aos dois jogos e dava à alegria que tanto desejávamos. 
Ah aquela comemoração do Luciano jamais será esquecida...


2ª eliminação da temporada
(foto: LANCE!)
Estávamos na final da copa do Brasil pela segunda vez em nossa história, e o adversário seria o Flamengo, campeão de quase tudo nos últimos anos e que dificultaria muito as coisas para os tricolores, mas antes, ainda tínhamos uma 4ªs de final da sulamericana para disputar e depois de um jogo péssimo no Equador, em que a sorte não fez a gente sair de lá eliminados, a volta no Morumbi lotado aguardava um jogo tenso. E como disse, não consegui acompanhar a partida que foi decidida nos pênaltis. O único desperdício do tricolor veio do pés de James Rodriguez, que chegou com status de arrumar o time. Eliminação em pleno Morumbi. 
Era a segunda eliminação do time na temporada diante de seus torcedores, mas ela não teria tempo para ser digerida, pois o primeiro jogo da decisão estava ali, com data e local definidos. Contra o que eu esperava, o primeiro jogo seria no Rio, e a segunda partida em casa. E em meio a isso tudo, uma data FIFA para fazer o treinador corrigir seu time e levantar a bola pós eliminação.
Há 4 dias da primeira decisão Dorival colocou em campo o seu time titular num jogo pelo brasileiro, diante do Internacional em Porto Alegre. Apesar de Lucas ter sido poupado, todos os demais estiveram presentes o que fez muita gente ficar ressabiada. Mas num jogo ruim, e com a cabeça longe, o São Paulo perdeu e voltou todas as suas atenções apenas para a grande final.

O precioso ingresso da final
Assim que foram decididos os dias e locais das partidas finais, a procura por ingresso se tornou uma coisa insana, e assim como aconteceu nas semi, o sistema de vendas do clube falhou novamente e foi preciso ficar ligado no que estaria por vir. Com paciência e alguns macetes de dicas de quem conseguiu o ingresso antes, consegui comprar o meu. Era uma alegria que não cabia em mim. E foi no dia anterior ao 1º jogo que fui trocar meu ingresso para a decisão final. 
Lembro que naquela fila pensei na possibilidade do tricolor vencer o Flamengo no Maracanã, pois seria o momento mais oportuno para enfrentar os cariocas, uma vez que estavam enfrentando um problema grande de administração e elenco. Mas tudo não passava de vontade minha e cabeça de torcedor fanático, contudo, não foi exatamente isso que aconteceu quase que 24 horas depois desses meus "devaneios".
Com um gol de Calleri, e um passe magistral de Nestor o tricolor saiu na frente da decisão e agora jogaria no Morumbi por dois de três resultados possíveis. Ou seja, o inédito título já era realidade (Estamos bem perto). 
Calleri sobe para fazer o gol mais
importante com a camisa tricolor

(foto: Thiago Ribeiro/Agif)
Calleri que semanas antes estava sendo acusado de não fazer gols em mata matas (o que era verdade por ter feito apenas 2 em mais de 20 jogos), fez o gol mais importante da sua passagem pelo tricolor e apagou qualquer desconfiança que havia aparecido. 
Aquela semana entre as duas partidas parecia levar 1 mês para passar, e entre ela ainda teria mais um jogo pelo brasileiro. De bobeira em casa resolvi ir, e vi a 3ª derrota do time em casa no brasileiro, e ainda presenciei James perder outro pênalti. A sua indolência em campo (apesar de nessa partida ter feito um gol e jogado bem) foi a chave para que Dorival não usasse o colombiano nas decisões. O seu nome não era nem cogitado. E pensar que quando contratado, muitos acreditavam que faria parte de um quarteto com Lucas, Calleri e Luciano. Mas longe disso. Nem mesmo Luciano teve sua titularidade na decisão. Ainda mais porque Dorival já tinha seu time principal muito bem definido, e pasmem, W. Rato, Alisson e Caio Paulista, 3 dos jogadores limitados do elenco, era com MÉRITOS, titulares intocáveis daquele time. 

Campeões de tudo
(foto: Marcello Zambrana /AFP)
Enfim o dia 24/set chegou. Lembro de cada passo daquele dia, e tenho certeza que isso permanecerá na memória tal qual é o dia 18/12/2005... Chegar cedo ao estádio, sentir o clima do jogo, ver a quantidade de bandeiras e camisas tricolores desde as primeiras horas da manhã foi incrível. Um resgate ao passado glorioso do time.
Entramos no estádio e...nervosismo. O coração estava sendo testado a cada tentativa de ataque carioca e/ou a cada avanço tricolor, e como descrevi melhor aqui nesse link título, a glória tricolor chegou! Ou melhor, "A copa do Brasil chegou de vez..." Era a salvação do ano, da década, do resgate tricolor que passou incríveis 11 ano sem um título para chamar de seu. O grito de "É campeão" agora sim saia a plenos pulmões. Éramos campeão de tudo. Tudo! Todo torneio que disputamos vencemos, e isso mostrava a grandeza de um clube que há anos passava por coisas ruins, por momentos de esquecimento. 
Nestor chora após seu golaço
e explode o Morumbi de alegria

(foto: saopaulofc.net)
O gol de empate e que ajudou o tricolor ser campeão saiu do mesmo pé daquele que cruzou a bola na cabeça de Calleri no primeiro jogo. Rodrigo Nestor que foi criticado ao longo do ano, e muitas vezes de forma injusta, entrava para a história do clube literalmente. Merecido!!!

Pode ter certeza que todo torcedor queria que o ano tivesse acabado ali, mas ainda tinha pela frente 3 meses de um campeonato brasileiro que estávamos jogando todo zoado. E agora com o título na conta, a questão era saber como esse time se comportaria em campo, pois era necessário fazer mais pontos para se afastar do Z4, mas esse time estava viciado em não ganhar uma partida sequer fora de casa. Por isso desde a primeira rodada eu fazia minha contagem regressiva pelos 45 pontos.
Logo seguinte a conquista da CdB, as vitórias sobre Coritiba e SCCP (majestoso, presente) fez muitos acreditarem que o perigo estava longe, mas eu pensava diferente quando olhava para a tabela. Em casa era vitória certa e eu presente, mas fora de casa estava difícil. Nem eu fui nos jogos e nem o São Paulo vencia. E quando chegou na 29ª rodada uma cassetada para ser esquecida para sempre. 5 a 0 contra o rival verde fez o medo do Z4 rondar a equipe. 
Momentos pós título... Diferentes emoções
(fotos: reprodução internet)
Era estranhamente bizarro ver as diferentes atitudes dos jogadores. A parte técnica voltou a fazer falta e agora o fator psicológico estava ajudando a deixar as coisas mais complicadas. Em meio a jogos ruins e bons, e a 5 rodadas do fim que o time enfim conseguiu a pontuação mínima para não correr nenhum risco. E agora somente uma coisa chamava atenção de todos os envolvidos, que o São Paulo estava terminando um campeonato de 19 rodadas fora de casa sem vencer uma única partida sequer, e foi nos acréscimos do turno (e do jogo) que ela apareceu e o time não igualou a campanha de 1980. Na 18ª vez fora de casa o time conseguiu a vitória com um gol aos 52' e curiosamente contra o time do seu ex treinador Rogério Ceni. Coisas que só o futebol proporciona. E para não perder o costume, no último jogo fora de casa do ano nova derrota (sic).

Depois de 11 anos
a maldição acabou

(foto: reprodução internet)
Outra curiosidade a ser lembrada da temporada, mas essa num tom mais humorado, e que não pode passar batido é a tal da "maldição do segundo tempo" que assombrava o clube há quase 11 anos, desde aquela final da copa sulamericana de 2012. Na ocasião, o time argentino do Tigre alegou estar sendo coagido por pessoas de dentro do clube, e não voltaram do vestiário para o segundo tempo, obrigando o árbitro a terminar a partida e declarar o São Paulo como campeão. Esse título vencido com "meio jogo" foi o último do clube, o que fez muita gente acreditar que o clube não venceu mais devido a maldição de não ser campeão com 90 minutos jogados.
Mas por forças do destino, e do futebol, com quase 11 anos de atraso esse segundo tempo foi jogado e a maldição definitivamente não vai mais existir, amém!!!

Para encerrar a temporada faltava o último jogo e seria diante do Flamengo, e se eu fiz questão de ir no primeiro jogo de 2023, fiz também para ir no último, e pude assim finalizar minhas 24 participações IN LOCO na temporada.

Foi um ano especial, diferente, com alguns vexames (menos dessa vez), irritações, descontentamentos, xingamentos, mas também de muita emoção e alegria! Quero reviver 2024 da mesma maneira (se possível). Pelo menos na tabela do paulistinha que foi divulgada no fim de 2023, já vi que será possível acompanhar o primeiro do ano, se Deus quiser! E se acontecer de mais um título chegar em 2024, a alegria será enorme outra vez.
Para a temporada 2024 o tricolor começou a se mexer. Conseguiu em definitivo a contratação de Lucas por mais 3 anos, a renovação de Luciano pelo mesmo período e conta com o retorno dos lesionados de 2023. A maior perda até o momento é de Beraldo, que foi gigante nessa temporada inteira. Alguns nomes do elenco que faziam apenas peso também estão sendo dispensados, e apesar da notícia que parte do elenco ainda não recebeu 100% do que deveria, o clube fechou uma parceria com uma empresa de chocolates para o naming rights do estádio, e seu nome passaria a ser MorumBIS. 
É dinheiro em caixa e que se for bem utilizado pode nos trazer frutos, e quem sabe esse nome não seja um presságio de um repetéco de títulos que está por vir....quem sabe!!!


Rafa Malagodi









6 de dezembro de 2023

São Paulo 1 x 0 Flamengo (38ª rodada brasileiro 2023, IN LOCO)


Foram 13 vitórias em casa, provando que o morumbi é diferente. Faltou ser efetivo fora dele (apesar que na CdB foi quase perfeito). No fim das contas, terminar o ano com uma vitória foi muito bom.

Era o vigésimo quarto jogo meu no ano in loco. Nunca tinha ido em tantos jogos numa única temporada. Daria para ter vindo em pelo menos mais uns 7, mas acabou que tive que optar por ver de casa alguns. Sem falar daqueles de horários terríveis das 19h que era quase impossível vir. Apesar de eu conseguir estar presente em dois desses jogos "cedo". E dois dos mais importantes, que foram os clássicos choque rei e majestoso pela copa do Brasil. Inesquecíveis.
O mais legal de hoje, foi ver o estádio com pouco mais de 36 mil pessoas. Pensar no público desse ano com recordes seguidos de mais de 40/45 mil, até da uma impressão esquisita, mas ali estava presente pessoas suficientes para encher alguns estádios do Brasil... Tive a clara sensação que todos ali, estavam com o mesmo pensamento que eu, de ver nada mais na menos que o São Paulo Futebol Clube jogar mais uma vez. Era como se o restante do campeonato, que se encerrava hoje e com o rival verde campeão, não tivesse importância. E posso falar a real? Não tem mesmo! O tricolor tem que ser a prioridade. Não importa o campeonato, não importa o adversário, importa apenas o clube. Somente no fim do jogo os resultados dos adversários passaram a "importar", e o estádio comemorou como um gol o rebaixamento do Santos. Curiosamente, agora somente os dois times que se enfrentavam no Morumbi nessa noite nunca tiveram tal decepção futebolística de encarar a segunda divisão.

Em boa parte da temporada essa foi
minha visão (nem sempre nesse setor).

(foto: arquivo pessoal)
Estive no primeiro jogo da temporada, aquela fraca estreia de 0 a 0 contra um outro rubro-negro, o Ituano, e hoje fiz questão de estar presente no último duelo. Alguns motivos envolvidos. Primeiro por conta do São Paulo (somente esse bastava), depois foi pelo fato de eu ter ido no primeiro e queria ir no último jogo de 2023, e terceiro porque se tratava do nosso vice no título inédito desse ano. Era a chance de gritar gol mais um vez sobre o rival.
E gol mesmo foi somente um, e justamente com Luciano. O camisa 10 marcou mais um contra o time carioca. Sua vitima preferida em 20/21. Além do gol no primeiro tempo, podemos destacar que o São Paulo jogou muito bem, sufocou o flamengo e gerou diversas saídas erradas por parte dos adversários. Tivesse aproveitado um pouco mais, dava para ter saído com um placar melhor para o intervalo. Mas ele foi bastante aplaudido pelo torcedor tricolor.
Na segunda etapa a coisa foi um pouco diferente. Toda aquela pressão já não acontecia e o time foi se preocupando muito mais com a parte defensiva. Teve suas chances de ampliar. Mas Caio Paulista, que hoje jogou exatamente na sua posição de origem, ponta esquerda perdeu uma chance cara a cara e depois Erison que entrou no decorrer também perdeu. Na defesa Beraldo e Arboleda foram quase impecáveis. A dupla conseguiu segurar bem o ataque flamenguista e mais uma vez o time saiu de campo sem levar gols.

Para os próximos dias espera-se uma lista de dispensa de jogadores que pouco agradou a comissão técnica e/ou torcedor. Pelo que já foi divulgado em alguns lugares, nenhum nome ali fará falta ao time. O que todo torcedor espera é que para 2024, ano de retorno a libertadores, a diretoria possa se mexer e contratar peças pontuais. A equipe erá o retorno de jogadores que passaram o ano praticamente no DM, contudo, é preciso nomes melhores para seguir brigando no ano que vem. Caso isso não aconteça, a tendência é de novo campeonato brasileiro desastroso.

Daqui uns dias farei a retrospectiva e falarei do ano do time, mas espero que ao menos até lá, novas perspectivas apareçam, ou então, podemos ter um novo velho ano. Vamos aguardar.



FORA CASARES e sua turma



Destaque positivo
LUCIANO. Boa partida, movimentação e gol. Será que foi sua última pelo clube?? A festa de comemoração do gol foi efusiva por TODOS os companheiros; ARBOLEDA e BERALDO. Dupla de hoje foi quase impecável. Seria também a última vez deles juntos? Beraldo deve ter proposta nos próximos dias; ALISSON. Se movimentou muito bem e produziu boa jogadas.

Destaque negativo
NATHAN. Tenho agonia de ver ele em campo. 


Rafa Malagodi


2 de dezembro de 2023

Atlético/MG 2 x 1 São Paulo (37ª rodada brasileiro 2023)


Quis o destino que a única vitória fora de casa do tricolor fosse mesmo contra seu maior ídolo na rodada passada, mas hoje a ineficiência foi novamente responsável por mais um derrota longe de casa.
Ainda bem que o tricolor não tinha pretensões nesse campeonato, porque a derrota de hoje seria para doer bastante em qualquer torcedor.

Que o São Paulo não almeja mais nada no brasileiro não é novidade, mas era esperado mais do time mineiro e de mais futebol, podemos dizer. pelo menos se a gente olhar para o primeiro tempo da partida. Para ser sincero, ao menos no 1T o que menos teve foi bola rolando. Aos 30' a transmissão mostrou que apenas 53% do jogo tinha bola rolando. O restante era jogador caído 2 ou 3 minutos a cada falta. E ainda assim, foi do São Paulo as chances com mais perigo. Inclusive uma finalização na trave de Erison. 
O tricolor terminou a primeira etapa incomodando muito mais os mineiros e finalizou muito mais, porém o alvo era pouco acertado. Para ser mais preciso apenas uma vez. Defensivamente o São Paulo fazia uma partida muito boa. Beraldo e Arboleda conseguiam segurar bem o ataque do Atlético e o goleiro Rafael sequer fez uma defesa. O ponto negativo do tricolor nos primeiros 45' foi a saída de Lucas machucado. O camisa 7 saiu de maca e sem por o pé no chão. Certamente preocupa. 
E por incrível que pareça, faltando 30'' para o apito, Dorival teve a proeza de fazer uma substituição, ao invés de usar o intervalo...Incrível (sic).

19 jogos fora. 1 vitória.
Justo contra Rogério Ceni...
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A segunda etapa foi diferente. E bem diferente. Contudo as principais chances do jogo era tricolores, mas a pontaria eram incrivelmente desperdiçadas. Para se ter uma ideia, foram 16 finalizações do São Paulo na partida contra 7 dos mandantes. Mas sabem qual foi a principal diferença? A eficiência. O galo finalizou no alvo apenas 2 vezes e adivinha? 100% de aproveitamento. Pois é, o time que menos chutou foi o mais letal.
Mas a movimentação só começou acontecer próxima do fim da partida. Numa jogada manjada Hulk marcou, e para frustração do torcedor tricolor, o lance aconteceu um minuto depois que Luciano perdeu um gol incrível, do bico da pequena área, sem marcação. Como pode um atleta profissional errar algo assim, inteiro na jogada, sem ninguém, na perna boa?! Difícil de entender. 
O garoto William Gomes acertou a trave e quase empatou, mas um lance depois já quase no fim, um pênalti para o tricolor, que foi preciso o VAR intervir. O mesmo Luciano pegou a bola e guardou. Era o seu jogo de número 200 com a camisa tricolor. O empate foi importante, mas se fizesse o gol antes de Hulk a coisa poderia ter tido um final diferente. E antes do apito final foi a fez do Atlético ficar a frente novamente, justamente no seu segundo chute em direção ao gol. Rafael saiu da partida sem fazer sequer uma defesa.
A derrota para o tricolor não mudava em nada, mas a vitória do Atlético faz o campeonato respirar novamente.
Novamente o São Paulo poderia ser o responsável por ajudar um rival a conquistar o título. E como alguns são-paulinos que foram entrevistados antes do início da partida, minha vontade não muda, é de São Paulo vencendo. Sempre. Não me interessa se o time A ou B pode ser campeão com nossa vitória. O que importa é meu time vencer. Essa derrota atrapalha os planos do rival verde que segue brigando pelo título, mas o tricolor restá fazendo sua parte. 

Hoje poderia ter sido mais eficiente e ter saído com uma possível vitória, mas como dito, o destino do tricolor nesse tenebroso campeonato brasileiro como visitante, foi de vencer apenas o time de Rogério Ceni e ter contribuído diretamente para a queda do time baiano, mas como ainda resta mais uma rodada, o tricolor ainda tem pela frente sua última partida em casa, e estaremos lá. O mínimo que espero é que o time tenha vontade de vencer seu vice, e não se importe que essa partida pode dar definitivamente o título para seu rival. Semana que vem conto aqui o que de fato aconteceu, mas da minha parte, quero é vitória tricolor y nada más!



FORA CASARES e sua turma



Destaque positivo
BERALDO. Talvez tenha sido o único destaque mesmo. 

Destaque negativo
W. RATO. Outra partida sendo um peso em campo. Quando entrou Willian no seu lugar, mesmo que poucos minutos a coisa melhorou; MICHEL ARAÚJO. Única jogada decente foi um chute no fim do jogo. Entrou no lugar de Lucas e despencou o time; NATHAN. Com ele em campo, as chances do tricolor diminuem. 


Rafa Malagodi