8 de janeiro de 2016

São Paulo, balanço 2015

E mais um ano sem títulos. Se não levarmos em consideração a Sul americana 2012, o último foi em 2008... faz tempo, hein. Mais esse 2015 está certamente entre os piores anos da história do clube!

Eliminação vergonhosa no paulista.
Quando o ano começou, com Muricy no comando, eu já tinha minhas ressalvas, pois o treinador já apresentava indícios que não existia novidade em seu trabalho, e sofreria como todo treinador das “antigas”. Dito e feito. O time não tinha padrão, e já sem a presença de Kaka, que mal ou bem fazia uma função diferenciada em campo, o treinador sofreu para manter estrelas da equipe, como Ganso, Luis Fabiano, Pato... Aliando ainda a falta de criatividade do treinador, o time começaria o ano sem esquema de jogo. 

Outro brasileiro no caminho.
O time caiu no mesmo grupo do sccp na libertadores, e isso passou a ser o foco da equipe no primeiro semestre. Caso tivesse se preocupado mais com seu futebol, certamente não passaria os vexames dos primeiros meses.
A equipe foi eliminada no camp. Paulista  jogando um PÉSSIMO jogo diante do Santos. O time foi duramente criticado, devido a falta de vontade explícita em campo. 
Sem forças, Muricy
não aguentou.
Muricy já não era mais o treinador, pois não estava bem de saúde e pediu pra sair. Tudo o que a diretoria queria, pois não teve coragem de demiti-lo. Na libertadores, se classificou na última rodada, justamente contra seu rival. Aquilo parecia ser o ânimo necessário para a sequência da competição, mais não. Nos pênaltis, viu o adeus. 
O time mal terminava seu primeiro semestre e já tinha na bagagem duas eliminações.
 
A dupla bananada. Bananas na mesa durante
uma das suas entrevistas bizarras.
A diretoria é um capítulo a parte em 2015. Tudo o que se pode pensar de ruim eles fizeram.
Contrataram um treinador colombiano, que repentinamente começou a ganhar prestigio com atletas, torcida e jornalista. Mas quando se menos esperava, a diretoria foi vendendo jogador atrás de jogador. Precisando de dinheiro, os cartolas não haviam comunicado ao treinador, que com razão, passou a  fazer duras criticas aos comandantes.
A briga interna era mais do que evidente e isso foi minando o time em campo, que passou a reclamar de diversas coisas, entre elas, e de forma justa, a falta de salários.
O vice Ataíde Gil Guerreiro não se entendia com o presidente Carlos M. Aidar. O presidente que por sua vez, começou falando besteiras desde o inicio do ano, ou melhor, de seu mandato. Chegou até mesmo a atender presidente de torcida durante entrevista coletiva, e depois alegou não ter contato com as organizadas.
Aidar não chegaria até o fim do ano. Uma briga com Ataíde, que chegou as vias de fato, fez com que viesse a tona os cambalachos que o presidente se metia. Até mesmo uma gravação de conversa foi usada, na qual o presidente alegou fazer tramites de forma não idôneas. Essa suspeita levantada fez com que pedisse demissão. Ataíde também, mas curiosamente o vice voltaria ao seu cargo semanas depois, quando Leco assumiu a presidência.
Osorio também não aguentou a direção e
 se mandou. Em 4 meses, deixou fãs.
Vale ressaltar aqui, que acredito que Ataíde também está envolvido nos cambalachos, mas até o momento, nada está caindo sobre ele...

Voltando ao treinador colombiano, Osorio foi vitima de “boicote” e também sofreu com adaptação ao “organizado” futebol brasileiro. Um dos fatores que fizeram com que o treinador pedisse o boné em 4 meses, foram as fortes criticas que sofria devido ao seu método de trabalho, principalmente seus rodízios de jogadores, (que na minha opinião estava cada vez mais na linha correta) mas muitos não acreditavam nisso.
Osorio pediu pra sair, pois recebera um convite pra trabalhar na seleção mexicana.
Na semana em que Aidar pediu demissão, ele havia contratado Doriva como treinador. O fraco técnico não durou nem dois meses, e após 7 partida foi demitido por Leco, que deixou bem claro que o então treinador era fruto da gestão anterior.

O gesto que minou Bastos.
Tudo isso foi mexendo com o futebol, e a equipe oscilava muitas partidas. Chegou a fazer boas apresentações nas mãos de Osorio (mesmo em algumas derrotas). As criticas tinham direção, e quase sempre nos mesmos jogadores. Luis Fabiano, Ganso e M. Bastos passaram a sofrer com as duras criticas. Pato curiosamente foi se esquivando, pois fez diversos gols que ajudaram a equipe. Porem, sua falta de comprometimento e suas alienações durante as partidas fizeram a torcida perder a paciência em diversas vezes. Principalmente após entrevistas desconexas. Entrevistas essas que Paulo Henrique Ganso e M. Bastos também contribuíam. Ganso inclusive chegou a postar em rede social, contagem regressiva pra suas férias, isso tudo em mio a uma viagem a belo Horizonte, durante o camp. Brasileiro, em partida duríssima com Cruzeiro. Resultado: Nova derrota com o meia dormindo em campo.
Oscilação. Foi o que mais
se viu dentro de campo.

Na medida em que o ano ia se acabando, o torcedor ficava aflito por alguns motivos. Não sabia se o time se classificaria para a libertadores (classificou graças a incompetência de outros times ainda piores), não sabia o que seria do ano seguinte, já que o time começava a se afundar em dividas, e o mais importante, à aposentadoria do Mito Rogério Ceni.

O M1to diz Adeus. Rogério se despede
num ano problemático do clube.
Desta vez era certo que ele pararia no fim do ano, e os torcedores começaram a perceber que ficariam “órfãos”, pois Rogério havia dedicados 25 anos de sua vida, e muitos não sabiam o que seria sem ele em campo, ou no vestiário. 
O capitão tinha a última chance de encerrar a carreira com um título inédito pro clube e pra ele, a Copa do Brasil. Mas não teve jeito. Outra vez o time foi eliminado em mais um mata mata de forma bizarra, e outra vez diante do Santos. O jogo da Vila Belmiro marcou a despedida de Ceni dos gramados aos 45 min. do primeiro tempo, pois o goleiro/artilheiro saiu lesionado e não jogaria mais no ano.
Uma pena ter encerrado sua carreira num ano tão bizarro na história do clube.

Derrotas que mancharam
 o clube
O ano já se encerrava, mais o tricolor não podia terminar sem mais um vexame, e certamente, o maior vexame do ano, sem dúvida. 
Depois de ter perdido por goleada do Palmeiras por duas vezes, o time tricolor foi goleado por 6x1 para o sccp, que já campeão brasileiro, jogou com o time reserva. Isso foi a gota dágua!
Dos 14 clássicos disputados em 2015, o time balançou as redes apenas 11 vezes, sendo duas vitórias, e levou inacreditáveis 31 gols e nove derrotas. Números dignos de um time pequeno.

Ultimo gol com a camisa tricolor.
Ídolo as avessas.
Um ídolo controverso também se despediu do tricolor em 2015. Luis Fabiano, que certamente é o jogador que mais viveu amor e ódio no clube, se despediu aos prantos em seu último jogo no Morumbi. LF9 encerra sua passagem como o terceiro maior goleador do clube, com 212 gols, em 352 jogos.






Infelizmente, esse é mais um balanço negativo que faço do São Paulo, desde que comecei a escrever no blog. O clube precisa reagir. O time precisa reagir. Mas confesso que minhas expectativas pra 2016 não serão boas. Gostaria que primeiro acabasse a bagunça internamente, pra depois sim, o futebol passar a ser prioridade. Se isso vai de fato acontecer, só o tempo irá dizer, e daqui 365, o que será que vou escrever?!?!

Rafa Malagodi