Análise retirada do site globoesporte.com
Quando o Morumbi já estava calado, pronto para
novos protestos em um dos anos mais bagunçados da história do clube, o pé
direito de Thiago Mendes mudou o panorama e deixou o São Paulo mais perto da
Taça Libertadores. No último lance, o volante garantiu a vitória tricolor por 3
a 2 sobre o Figueirense, neste sábado, no Morumbi, num jogo que esteve longe de
ser simples. Protestos, vaias e vacilos do time dentro de campo não formavam
exatamente o cenário desejado por Luis Fabiano e Alexandre Pato, que vão deixar
o clube depois do Campeonato Brasileiro e se despediram do Morumbi neste
sábado. Fabuloso fez seu gol, viu o time sofrer a virada com Clayton e Carlos
Alberto, mas vibrou também com os “milagres” de Alan Kardec, aos 45, e Thiago,
aos 49 do segundo tempo.
Rogério Ceni, outro que está perto da despedida,
mas se recupera de lesão, sequer viu a reviravolta: deixou o Morumbi quando o
duelo ainda estava empatado por 1 a 1.
O jogo
– Hoje é um dia atípico, com uma sensação
diferente.
A frase de Luis Fabiano fazia referência ao seu
último jogo com a camisa tricolor no Morumbi, mas pode resumir bem os fatos em
curso no estádio desde horas antes da partida. Novos protestos, com os mesmos
bodes expiatórios – Lucão, principalmente. Torcedores insistindo por soluções
para o clube. Um time precisando vencer para se manter no G-4.
Em campo, o
Fabuloso tratou de dissipar a ansiedade que aparentava ter quando chorou
durante a execução do Hino Nacional. O São Paulo começou bem, com infiltrações
do atacante e boas trocas de passes com Ganso, Pato e Thiago Mendes. Bastante
ligado, o Tricolor aproveitou uma saída de bola errada do Figueirense para
abrir o placar. Pato roubou, passou a Ganso, que serviu Luis Fabiano. O
homenageado da tarde balançou as redes e fez a alegria do são-paulino pela 212ª
vez com a camisa do São Paulo – 125 delas dentro do Morumbi. Parecia tudo
resolvido, até o time apresentar os velhos problemas. Um meio-campo abandonado,
com Ganso pouco combativo e só Thiago se esforçando para conter os avanços do
rival.
O Figueira, desesperado, gostou do que viu e agradeceu. Clayton, ilha de
talento na equipe catarinense, aproveitou a falha na marcação para finalizar
sozinho na área e empatar o duelo, aos 26 minutos. Milton Cruz tentou dar gás
ao Tricolor no segundo tempo, com as entradas de Alan Kardec e Centurión. Nada
funcionou, e o clima no estádio só piorou. Pato, outro que se despede do
Morumbi, deixou o gramado vaiado. Ganso passou a jogar mais perto da área e até
acertou um chute no travessão.
O Figueira, sob comando de Carlos Alberto, fez o
que lhe cabia. Tentou tocar a bola com calma, evitando erros graves e
contra-ataques. O meia sofreu falta na intermediária e depois foi à área, sem
marcação, decretar a virada catarinense com um belo voleio: 2 a 1, aos 29
minutos.
Kardec, nos acréscimos, empatou. Thiago Mendes, heroico, fez o
terceiro no último lance do jogo. O São Paulo está vivo e cada vez mais perto
da Libertadores.




