Depois de ter goleado no primeiro jogo, em casa por 5 a 0, o tricolor
foi a Bolívia enfrentar o seu maior adversário da noite, a altitude. E ela
aprontou um pouco. Um pouco.
Sabendo de toda a dificuldade em jogar na altitude, o São Paulo tinha
plena consciência que no futebol, era praticamente imbatível diante do Bolívar,
e logo no inicio da partida foi com tudo ao ataque, e com dois minutos Luis
Fabiano já fazia 1 a 0. O gol deixava a equipe tricolor muito mais confortável,
e foi o que realmente aconteceu.
Com muito espaço pra jogar, os são paulinos faziam bem o seu papel de
manter a bola nos pés, enquanto os bolivianos tentavam chutes de todas as
partes do campo, tentando surpreender o goleiro tricolor. Medida essa que não
surtia efeito. O que deu resultado mesmo foi à maneira como o tricolor encarava
a partida e seguia buscando mais gols, e conseguiu com Jadson, após bom
cruzamento de Osvaldo.
O camisa 17 tricolor era o que mais parecia estar habituado ao
ambiente a típico. Corria, abria espaços e tentava marcar o seu, e se na
primeira não deu certo, na segunda tentativa tabelou com Jadson e deixou o seu.
3 a 0 no placar e mandando no jogo.
O ritmo imposto pelo São Paulo, de correr desde o inicio, poderia
causar alguns riscos no decorrer do jogo. O desgaste seria o mais inevitável. E
ele começou a acontecer já no fim do primeiro tempo. O tricolor que poderia ter
saído novamente com cinco à zero, não conseguiu, e ainda tomou um gol antes do
apito.
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| Mesmo derrotado, tricolor sai classificado. 8 a 4 (agregado) |
O segundo tempo a figura foi completamente diferente. Aqueles riscos
iminentes que o tricolor corria, passou a fazer efeito, e a equipe que tinha a
posse de bola e o controle da partida, passou a se perder em campo e já não
conseguia mais jogar com a bola nos pés.
O Bolívar não tinha nada a perder, o que restava pra eles era ser
desclassificados com vitória, e ela começou a ser encaminhada. Depois das
saídas de Luis Fabiano e Osvaldo (Aloísio e Cañete entraram) o São Paulo perdeu
os contra ataques e as jogadas de fundos.
Com o time praticamente pregado em campo, e com a defesa batendo
cabeça, os erros começaram a aparecer e os gols do adversário também. A equipe
boliviana chegou a empatar a partida em 3 a 3, e o time tricolor não esboçava
nenhuma reação, pois pareciam estar aparentemente cansados e o gol da virada
não estava longe.
Ele realmente saiu após cobrança de pênalti. 4 a 3 era um resultado
completamente comum, desde que a equipe adversária tivesse um mínimo de
competitividade, o que não era o caso. O time boliviano era muito inferior
tecnicamente e, ao meu ver, conseguiu os gols devido aos problemas enfrentados
pelo São Paulo(ambiente da partida, 3.600 m do nível do mar).
Outra coisa que me faz crer que o tricolor tomou essa virada “histórica”
foi o fato de já ter deixado a vaga assegurada no primeiro jogo, e depois de
fazer três gols no primeiro tempo, somente um desastre tiraria essa vaga, e com
isso, o time inteiro parecia relaxado. Esse tipo de relaxamento que eu acho perigoso. Por vezes, vejo isso como um menosprezo. Esse "corpo mole" pode surtir sérios problemas a equipe.
Independente disso, essa derrota deve servir de lição para a próxima
fase, para tentar minimizar os erros, uma vez que o tricolor voltará a jogar no
mesmo estádio na fase de grupos, mas desta vez contra o The Strongst.
Destaque positivo
Jadson. Que primeiro
tempo!?! Mais um gol e duas assistências; Osvaldo
novamente foi o motorzinho da equipe, vem subindo de produção gradativamente; Vaga. Depois dessa fase pré, o tricolor
está de vez na libertadores, em busca do seu tetra campeonato.
Destaque negativo
Altitude. Não é a toa que a
FIFA tentou proibir que os clubes jogassem nessas condições. O resultado
mascarou o confronto. Duas equipes com técnicas completamente opostas.
Rafa Malagodi




