Análise
retirada do site globoesporte.com, por Alexandre
Lozetti
Saulo entrou em campo ovacionado pela torcida do
Leão, ainda emocionada com as lágrimas derramadas pelo goleiro após defender
pênalti contra o Atlético-GO, na rodada anterior. Lágrimas de alegria que
virariam de dor e vergonha na semana seguinte. O goleiro deve ter se animado
com seu início, ao espalmar chute forte de Rafael Toloi, e outro bem colocado
por Douglas. E também com o início do Sport. Nos cumprimentos, Rogério Ceni
havia dito a Cicinho, companheiro de tantos títulos em 2005, que era um prazer
revê-lo. Prazer que virou incômodo nas bolas paradas do lateral-direito, agora
no Leão. Ele bateu escanteio na cabeça de Gilberto, que abriu o placar. Logo em
seguida, a parceria se repetiu em cobrança de falta, mas Ceni conseguiu
espalmar com o pé. Atrás no placar, o Tricolor melhorou. Maicon foi
centralizado e Douglas passou a ser o "novo Osvaldo", aberto pela
esquerda. O time se acertou e a maré de Saulo começou a mudar quando Lucas
acertou um chute improvável, de longe. Um golaço! Só não tão improvável quanto
seu segundo gol. No cruzamento de Luis Fabiano, a bola parecia dominada nas
mãos do goleiro, mas escapou. E caiu nos pés de Lucas. Festa da minoria na
Ilha. Desespero da maioria, principalmente de Saulo, que voltou a fazer cara de
choro ao se desculpar com as arquibancadas. Como se não bastasse, até quem
estava a favor resolveu jogar contra. Após boa tabela de Cortez e Luis Fabiano,
muito participativo, Rivaldo tentou cortar e encobriu o próprio goleiro,
marcando contra o terceiro gol são-paulino. O nervosismo do Sport era nítido. O
São Paulo parou de dar espaços e os anfitriões não chegaram mais pelas
laterais, onde Cicinho e Renê deram muito trabalho nos minutos iniciais. Vitória
que só não virou goleada ainda no primeiro tempo porque Douglas perdeu chance
incrível. De bom mesmo para Saulo, só o abraço consolador de Rogério Ceni antes
de irem para o vestiário. E a compreensão dos torcedores.
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| Só flash! Lucas marca 3 vezes e tricolor vence em Recife. |
Rivaldo, que era vaiado a cada toque na bola depois
do gol contra, nem voltou. Entrou Marquinhos Gabriel. Mas não mudou a apatia do
Sport, que já entrou em campo derrotado no segundo tempo. Para quem precisava
fazer dois gols para empatar e amenizar a desesperadora situação da tabela, a
equipe não teve o menor poder de reação. Hugo, pela esquerda, esbravejou com os
parceiros. Não adiantou nada. Maicon, que dava a cadência ao meio-campo do São
Paulo, teve de sair, lesionado. Ney Franco optou por Ademilson, demonstração
clara de que apostava no contra-ataque para ampliar a vantagem. Aposta
certeira! Não com Ademilson, mas com a dupla de craques que pode levar a equipe
à Libertadores do ano que vem. Lucas, pelo meio após a mudança, tabelou com
Luis Fabiano e deslocou Saulo. Mais um do camisa 7 e tranquilidade para os
visitantes. O jogo, muito aberto desde o início, finalmente ganhou ritmo mais
lento. Satisfeito com a vitória, o São Paulo tentou administrar e ainda teve
uma ótima chance com Luis Fabiano. Ele poderia ter tocado para Rhodolfo, mas
imagine como se sente um artilheiro nato quando seu time faz quatro gols e
nenhum é dele. O Fabuloso tentou o cantinho, errou, e ouviu seu nome gritado
pelos tricolores, como de costume. No Sport, Hugo seguiu ditando o ritmo.
Primeiro, recebeu na entrada da área, bateu com força e obrigou Rogério a fazer
uma defesa impressionante. Depois, em cobrança de pênalti sofrido por Gilberto,
marcou um merecido gol. Nem comemorou. Ou por já ter sido campeão pelo São
Paulo, em 2007 e 2008, ou porque o time da casa não tinha muito a comemorar.
"Com a vitória de ontem, o São Paulo
parece que se garantirá na vaga para a libertadores, e se continuar com bom
futebol, pode se garantir ainda na terceira posição. Basta vencer os próximos
jogos, que inclui o Grêmio, dono da posição no momento. Vai São Paulo!!!!"



